Texto Gabriela Macêdo Edição Wesley Menezes
Discussões empolgadas e cautelosas, brilho nos olhos e vontade de atuar em prol de seus ideais foi o retrato do almoço de articulação realizado na tarde do segundo dia de treinamento do Politizar 2019. Para a refeição, foram convidados todos os participantes do Politizar 2019 para se conhecerem e trocarem grandes ideias.
O movimento dos debates, conversas e discussões durante o almoço foi intenso, e foi observado diferentes tipos de estratégia. Dentre elas, os simulandos se organizaram de distintas formas, com o objetivo de não só discutirem com pessoas do mesmo partido, mas também com partidos distintos, buscando alianças e coalisões.
Quilombola, assessora há mais de 10 anos e ativista pelos direitos das minorias, a simulanda deputada Lucilene Kalunga (PSDB) reconhece a importância do politizar para quando se trata de assumir seu local de fala na política. “Vindo de onde vim, reconheço o Politizar como uma oportunidade única. É onde posso vivenciar na prática o que é poder representar um segmento específico até mesmo contribuir para o desenvolvimento da população como um todo. Então acredito que esse almoço está sendo fundamental para a aproximação do grupo, alinhamento de ideias e direcionamentos”, afirma.
Muitos parlamentares já possuem ideias para seus projetos, que, assim como na terceira edição do Politizar, serão elaborados em duplas de deputados. Ou seja, membros de mesmo partido e interesse se juntam, discutem suas ideias, delineiam seu projeto e o lançam para votação nas comissões. Simulando deputado do MDB, Guilherme Araújo tem 23 anos, e sua grande ideia gira em torno de tornar o Direito mais acessível à população mais carente, com foco em residentes de cidades do interior. “Mesmo que exista a defensoria pública, não temos acesso completo aos nossos direitos. Se isso acontece com as pessoas da capital, imagina como funciona para os que moram no interior: as pessoas precisam aposentar, mas não sabem como correr atrás”, explana.
Os selecionados ao Partido dos Trabalhadores (PT) mostraram grandes expectativas quanto ao desenvolvimento do projeto. Durante conversa conjunta com os membros da imprensa Politizar, afirmaram considerar o Politizar como ferramenta de renovação política para diminuir os “vícios da velha política”, e preparar os jovens para futuras atuações. A simulanda deputada Ana Carolina Vasconcelos (PT) relata que, durante a conversa, houveram discussões e votações para a presidência e vice-presidência do partido, e se iriam ter participações em alguma comissão.
Assessora na vida real e dentro do projeto, a simulanda Iaracelia Leal (PRB) admite ter ficado maravilhada com a oportunidade de poder concorrer a governadora e vice-governadora e conta já estar avançada nas articulações de seu partido. “Já conseguimos definir lideranças, cargos que precisamos e projetos que vamos lançar e agora estamos fazendo contato com outros partidos. Com esse almoço, conseguimos conhecer os membros de outros partidos, suas propostas e suas intenções com o Politizar. Já definimos parceiros e agora estamos discutindo cargos”, conta.
Com o objetivo de destacar a representatividade de ideias, e não as questões partidárias, Guilherme afirma que seu partido está a trabalhar na tentativa de construir o máximo de coalisão possível. A simulanda deputada Marcela Pires (PSDB) concorda. Por se tratar de um partido grande, a jovem diz não ter existido um consenso entre as ideias dos membros. “Já conversei com vários membros do partido e os posicionamentos sobre assuntos polêmicos são bem divididos. Apesar da maioria ser de centro, tem muita gente de centro esquerda e centro direita. No entanto, acho que isso fomenta o debate e a democracia”, complementa.
