“A democracia não termina no momento do voto”, diz a palestrante Cibele Perillo

Texto por Lara Fernandes Edição por Gabriela Macêdo

Um profissional que anda apressado pelos corredores dos órgãos do legislativo em busca de entrar em contato com políticos para debater políticas públicas soa como coisa de filme estadunidense, algo longe da realidade brasileira. No entanto, mesmo sem regulamentação específica no Brasil, profissionais de relações governamentais e possuem um grande mercado de atuação.

Sendo assim, foi necessário que os simulandos do Projeto Politizar entrassem em contato com essa profissão. Durante o primeiro dia de treinamento na Assembleia Legislativa, a palestra Relações Governamentais e Institucionais colocou os deputados(as), assessores(as) e jornalistas do projeto em contato com a experiência na área da cientista política e coordenadora de Relações Governamentais da Raízen Cibele Perillo.

Relações governamentais ou institucionais é a evolução do conceito de lobby, um ato visto com muita negativa pela maioria da população. Contudo, como Perillo ressaltou, o lobby não é ilegal, já que é “toda atividade organizada com o objetivo de ser ouvida pelo poder público”. Ou seja, pessoas físicas ou grupos sociais podem entrar em contato com agentes políticos para intervir em prol de determinadas medidas, não sendo uma atividade restrita a grupos econômicos.

Essa atuação é, inclusive, essencial para a manutenção da democracia. Colaborar com o processo de decisão política e participar da formulação de políticas públicas são coisas que todo cidadão pode fazer, porém a escassez de tempo impossibilita essas ações. Neste momento, surge a figura de profissional de relações governamentais como um representante para a defesa de interesses. Como a cientista política apontou na palestra, “a democracia não termina no momento do voto”.

Para simulandos que não desejam seguir carreira como deputados, assessores ou jornalistas, Cibele Perillo também traçou o perfil do profissional. Habilidades em comunicação, monitoramento político, gerenciamento de risco e análise de políticas públicas são imprescindíveis. Além disso, é necessário saber outros idiomas, principalmente inglês, e conhecer profundamente o sistema regulatório. Conforme a coordenadora de relações governamentais da Raízen, o profissional também precisa ser diplomático e pró-ativo.

A professora e coordenadora geral do Politizar pela Universidade Federal de Goiás (UFG) Laís Thomaz considera que o conhecimento apresentado por Perillo aos simulandos “dá a visão real de como o processo legislativo funciona a partir de demandas internas e externas”. Visualizando para além do projeto, a professora pontua que “a capacidade de articular seus interesses e demandas e levar ao governo é essencial para qualquer setor seja privado ou a sociedade civil”.

 

Local do Evento

Palácio Maguito Vilela – Avenida Emival Bueno, Quadra G, Lote 01, Park Lozandes. Goiânia – Goiás.

Realização:

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